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Ah, esse calendário!


Pelo menos em um quesito, o Cruzeiro é o lanterna disparado do Brasileiro: quando não teve tempo ideal para treinamento, o time celeste perdeu dois a cada três jogos que disputou. A marca o coloca, com folga, em último lugar entre os 20 clubes. Esta constatação faz parte de levantamento feito pelo EM, que mostra que em calendário apertado como o da Série A, ter uma semana inteira para treinamentos tornou-se luxo para muitas equipes, sendo que algumas conseguem aproveitar melhor o período extra de preparação. Dos 360 jogos realizados até agora, 100 foram disputados na quarta ou na quinta-feira. O número aumenta ao serem levadas em consideração as partidas da Copa do Brasil, da Libertadores e da Copa e Recopa Sul-Americanas.

O Coritiba é o melhor exemplo de como aproveitar bem o tempo. Quando os paranaenses tiveram pelo menos cinco dias livres antes de jogar pelo Brasileiro, conseguiram resultados melhores do que o do Corinthians, líder do campeonato. Perdeu apenas um dos 15 jogos que realizou nesta condição. “Ter a semana livre para trabalhar é o desejo de todo treinador”, confirma o técnico Marcelo Oliveira, que diz usar o tempo para fazer trabalhos visando ao próximo adversário e para corrigir aspectos técnicos. Vivo na luta por uma vaga na Libertadores, o Coxa leva vantagem pelo ótimo retrospecto em compromissos com bom tempo de preparação. Tem a melhor marca, ao lado do Vasco. A equipe terminará o ano com 72 jogos. “O acúmulo de partidas prejudicou o time, que sentiu um pouco da maratona. Isso reflete no plano técnico e também nas lesões, não importando o quão bem feita seja a preparação do atleta”, lamenta Marcelo.

Entre os rivais do atual vice-campeão da Copa do Brasil por uma vaga no G5, São Paulo e Flamengo têm se acertado quando conseguem se preparar de maneira ideal. O tricolor paulista tem aproveitamento de campeão quando tem mais tempo para treinar, o que ainda reflete a sequência de cinco vitórias nas primeiras rodadas do campeonato. O Flamengo também coleciona bons resultados quando joga apenas no fim de semana. Prova disso são as vitórias, em casa, contra Atlético (4 a 1), Fluminense (3 a 2) Cruzeiro (5 a 1).

Corinthians e Vasco, que brigam pelo título, possuem médias parecidas, em jogos com ou sem tempo de preparação. O Fluminense, que corre por fora, pode ter dificuldades para continuar na briga. Dono de um aproveitamento assombroso ao disputar maratonas de jogos no meio e no fim da semana, o tricolor carioca patina quando pode trabalhar em paz. Líder em um quesito, despenca para a 15ª colocação, no outro.

QUESTÃO EMOCIONAL O preparador do Cruzeiro, Flávio de Oliveira disse que só pode falar sobre a condição física do grupo de outubro para cá, quando Vágner Mancini assumiu o comando e ele comandou a preparação para o jogo contra o Grêmio (derrota por 2 a 0 no Olímpico). Para ele, inicialmente as respostas não foram muito positivas, porque o time enfrentou uma série de jogos, sem o repouso necessário para recuperar as energias.

“Quando acertamos para enfrentar o Internacional, mesmo com alguns jogadores voltando de contusão, enfrentamos um desgaste emocional muito grande, o que nos impediu de manter o ritmo nos 90 minutos contra Avaí e Atlético-PR”, disse. Flávio observa que o Cruzeiro tem alguns jogadores acima dos 30 anos, que acabam muito exigidos. “E todos sabem que um jogador com mais de 10 anos de atividade merece atenção especial na preparação e não consegue o mesmo ritmo. Os músculos não aguentam.” Nesse caso, estão o goleiro Fábio, os volantes Marquinhos Paraná e Leandro Guerreiro e o armador Roger. 
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