Cruzeiro vai à guerra
Domingo, às 17h, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, o Cruzeiro vai enfrentar uma pressão terrível. O velho estádio, com capacidade para apenas 15 mil torcedores, estará fervendo, diante das necessidades do Ceará, que vai tentar dobrar o time celeste e provocar uma troca na zona de rebaixamento: sai os cearenses, atualmente com 38 pontos e entram os mineiros, com 39. O técnico Vágner Mancini, que dirigiu a equipe até a 23ª rodada, saindo depois do empate por 1 a 1 com o Atlético-GO, já antecipou o que acontecerá: “Será uma guerra emocional, um jogo muito complicado. A torcida canta, joga junto e o time está empolgado”.
A primeira providência do técnico cruzeirense foi fazer uma programação com o objetivo de descansar bem os jogadores, já que a maioria reclamou de cansaço (Fabrício, Ortigoza, Marquinhos Paraná, Charles, Montillo e Anselmo Ramon) e nem tinham resistência para terminar a partida contra o Atlético-PR (1 a 1). Alguns foram ao sacrifício. Mancini destaca que, por ter uma média de idade alta, o time sentiu muito os três jogos seguidos, contra Internacional (1 a 0), Avaí (0 a 0) e Atlético-PR (1 a 1), sem praticamente ter tempo para uma recuperação adequada, o que será possível esta semana.
A fuga para Atibaia (SP), onde o grupo ficou em preparação para enfrentar o Colorado, não foi discutida porque neste momento seria um desgaste maior e, ainda, devido aos custos de R$ 100 mil para fazer no máximo dois treinamentos. O Cruzeiro vai se preparar hoje em tempo integral na Toca e sobraria apenas amanhã e quinta-feira para treinar em São Paulo. Seria um absurdo, entendeu o supervisor Benecy Queiroz. A viagem para Fortaleza será sexta-feira, às 9h, com regresso na segunda-feira.
Os jogadores mais experientes não reclamam do fato de o técnico estar lançamento um time mais experiente, para não dizer mais velho. Para eles, o momento não é para Mancini começar com os meninos: “A responsabilidade não pode ser transferida para eles. Tem de ser dos mais experientes”, afirma Roger.
COMPROMISSO O Cruzeiro não abre mão de voltar com os três pontos, mesmo com as dificuldades que vai enfrentar. Pela primeira vez Mancini terá todos os jogadores à disposição e vai poder usar a formação que gostaria desde a estreia, na derrota por 2 a 0 para o Grêmio, em 2 de outubro, pela 27ª rodada. Como o Cruzeiro precisa da vitória, mesmo fora, há possibilidade de lançar novamente três atacantes: “Temos que ir lá e matar. Vamos arriscar, não tem jeito, não dá para pensar no empate. Não arrisquei mais em outros confrontos porque não tinha opções”.
Hoje, o zagueiro Leo será examinado e saberá se vai treinar, recuperado do estiramento na coxa direita. A expectativa é de que o time com ele e Victorino na defesa tenha um rendimento técnico bem superior ao dos dois últimos jogos, contra Avaí e Atlético-PR, teoricamente mais fracos e que não conseguiu bater.