O Cruzeiro recebe o Atlético-PR, às 17h, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, para dar mais um passo rumo a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro. Uma vitória praticamente garante a Raposa na primeira divisão nacional, além de trazer mais confiança aos atletas celestes. Mas paira no ar a dúvida: qual time vai entrar em campo contra o Furacão? Aquele que ganhou do Internacional e Atlético-GO, ou o time que foi goleado por Flamengo e sofreu uma intensa pressão do Avaí, lanterna do Brasileirão?
Esse comportamento bipolar do Cruzeiro que incomoda a torcida e a comissão técnica para o duelo de logo mais. Não se sabe se estará em campo o Dr. Jekyll, a equipe de qualidade e que gosta de ter a posse de bola, pressionando o rival, ou o Mr. Hide, um amontoado de jogadores em campo. Tal qual no livro O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson, cujo personagem principal se desdobra em uma personalidade ruim e uma boa (leia mais no quadro abaixo), o Cruzeiro tem demonstrado desempenhos dissonantes de uma partida para outra.
Algumas vezes, esse comportamento bipolar acontece em uma mesma partida. Contra o Flamengo, por exemplo, antes de sofrer o primeiro gol, o time celeste dominou o confronto. Marcou um gol com Anselmo Ramon, Farías chutou uma bola na trave e Victorino desperdiçou um pênalti. Mas com o erro do uruguaio, a equipe cruzeirense se perdeu em campo, sofreu o empate no final da primeira etapa e quatro gols em 25 minutos no segundo tempo.
Por causa dessa variação comportamental, o técnico Vágner Mancini que está sendo mais exigido. O comandante cruzeirense tem absoluta certeza que se todos conseguirem atingir o ápice do seu potencial, a Raposa vence. Mas não há garantias que a apresentação será a melhor possível.
Tenho que tentar me desdobrar e tirar o máximo dos jogadores. Se todos jogarem o que sabem, certamente, vamos vencer no domingo (hoje). Mas caindo a confiança, o atleta passa a render menos – explicou Mancini.
Qual o antídoto para a bipolaridade?
Nas arquibancadas da Arena do Jacaré pode estar o antídoto para que a bipolaridade tenha fim na Raposa. Os celestes fizeram as melhores partidas nesse Brasileirão com o apoio do torcedor e com 18 mil torcedores já garantidos no estádio sete-lagoano fica mais fácil para os jogadores do Cruzeiro brilharem.
Montillo destacou que a Raposa tem conseguido ser mais constante nos jogos com a presença da torcida estrelada. Por isso, o craque solicita vibração constante contra o Atlético-PR.
- Nos últimos jogos em casa, com torcida ao lado, o time jogou melhor. Time não desaprendeu a jogar futebol, precisamos da torcida. Já acabaram todos os ingressos e torcedor tem de estar do nosso lado. Time em casa é muito forte, precisamos dos torcedores e com pensamento positivo.
O técnico Vágner Mancini externou o comportamento que ele espera da torcida cruzeirense.
- Tem que ser da mesma forma que foi diante de Inter e Atlético-GO. Torcida que jogou junto com o time, foi vibrante. É fundamental que vá ao estádio e seja mais um jogador. Temos, em Sete Lagoas, elogiado a postura do torcedor – destacou.
Clima de final na Toca da Raposa
O jogo contra o Furacão está sendo encarado de uma maneira toda especial no Cruzeiro. O confronto contra um adversário direto pode ser o divisor de águas entre um rebaixamento e a permanência na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
O técnico Vágner Mancini destacou que está sendo feito um intenso trabalho para deixar os jogadores bem motivados para o duelo de logo mais. Em caso de vitória, a Raposa abre quatro pontos para o Atlético-PR.
- Já estão sendo utilizadas estratégias para motivar os jogadores desde que chegamos aqui.Temos tentado motivar, entusiasmar, é o jogo mais importante do ano. Talvez o do Ceará também seja tão importante quanto este. Mas agora encaramos como a final do ano. Tem de haver motivação, aliado a isso temos feito outras coisas também – ponderou o comandante.
Confiança no futebol de Cribari
Com Naldo e Victorino suspensos e Léo lesionado, o técnico Vágner Mancini não tem muitas opções para escalar a zaga cruzeirense contra o Atlético-PR, hoje, na Arena do Jacaré. O treinador celeste vai mandar a campo Cribari, único zagueiro que sobrou, e improvisar Leandro Guerreiro no setor.
Mesmo com Cribari não tendo grandes atuações quando jogou – foram 12 gols sofridos em três partidas do defensor como titular -, Mancini confia que chegou a hora do jogador mostrar serviço na Raposa. O comandante lembra também que, devido a ausência de mais peças de reposição, ele foi obrigado a escalar quem tem à disposição.
- Não posso ficar olhando aquilo que o atleta já fez em campo, pois não temos muitas alternativas. Tem que usar a zaga que sobrou. Vai ter de jogar Cribari e Leandro Guerreiro. Ele (Cribari) tem total apoio. Não só meu, mas dos outros atletas também. È um jogador que tenta buscar identificação no clube – disse Mancini.