Momento complicado, decisivo na vida da Raposa. Rodadas finais que decidirão a permanência – ou não – do Cruzeiro na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Nesse tipo de situação que os grandes nomes do grupo têm que aparecer. E é isso que o goleiro Fábio tem feito. Nos dois últimos jogos, com defesas sensacionais (veja quadro relembrando algumas das mais impactantes), o capitão cruzeirense conseguiu manter a meta da Raposa intacta, sem ser vazado pelos jogadores de Internacional e Avaí.
Fábio apareceu como protagonista nos dois jogos que o time celeste não pôde contar com Montillo, tido como principal jogador do time. Além disso, os feitos do goleiro são ainda mais impressionantes quando se é levado em consideração que a defesa cruzeirense tem batido cabeça. Falhas de posicionamento e técnicas têm permitido que os atacantes rivais apareçam com facilidade na cara do gol. Contudo, a tarefa de mandar a bola para as redes tem sido mais complicada.
Com Fábio inspirado, a Raposa enfrenta amanhã o Atlético-PR. Não sofrer gols contra o Furacão já é passo importante para os celestes, ao menos garantindo um ponto e não sendo ultrapassado pelo adversário contra o rebaixamento. Fábio alerta para a importância do encontro.
- Jogo de seis pontos. Se você vence, fica próximo de sair da zona. Depende do time para vencer e sair dessa situação (proximidade da zona de rebaixamento) – comentou o camisa 1.
Curiosamente, a boa fase do goleiro reapareceu após ele falhar no último gol do Flamengo, marcado por Thiago Neves, na goleada por 5 a 1. Com mais atenção, Fábio tem fechado o gol e feito defesas quase impossíveis. Por coincidência, o goleiro se tornou ídolo do torcedor - e praticamente unanimidade nas arquibancadas – após falhar, em 2007, na final do Mineiro, no último gol da goleada, 4 a 0, do Atlético sobre a Raposa. Após o erro, o Cruzeiro cresceu, aliado às atuações fantásticas de Fábio, e foi considerado um dos melhores times do país nos últimos anos. Bom presságio?
- Espero que seja. Conseguimos um bom resultado contra o Inter e esse empate contra o Avaí. Conseguimos sair da zona de rebaixamento e, agora, nosso objetivo é ficar livre de vez desse fantasma. Para isso, porém, acredito que precisamos entrar sempre com determinação e com muita concentração para que possamos conseguir bons resultados nesses jogos que nos faltam. E é preciso que toda a equipe tenha um bom desempenho, não apenas um jogador – disse Diego Renan.
Líder, capitão e atencioso com os jovens
A braçadeira de capitão e a liderança exercida nos vestiários são características que somam ainda mais para Fábio. O jogador tem o respeito dos seus companheiros de clube, que sabem que podem contar com ele além das quatro linhas.
O camisa 1 tem atenção especial com os mais novos do plantel celeste, que ainda não tiveram muita experiência na categoria profissional. Demonstrando, assim, também ser um bom anfitrião, recepcionando aqueles que vem da base.
- O Fábio é um cara muito importante para a equipe. Além de ser capitão, nos liderar dentro de campo, é um cara que traz muita segurança para todos no sistema defensivo da equipe. Fora de campo é aquele que procura conversar com os mais novos, orientar e também passar um pouco da sua experiência em grandes jogos, assim como todos os jogadores que já estão no clube há mais tempo – disse o lateral-esquerdo Diego Renan, que ainda se posicionou de forma contrária às críticas ao desempenho do camisa 1 em algumas ocasiões.
- Fábio teve duas excepcionais atuações diante de Inter e Avaí. Sempre que exigido, respondeu bem e nos salvou algumas vezes. Falhas acontecem e ele tem muito crédito. É injusto que o culpem por qualquer coisa.
Trave tem sido amiga do camisa 1
Alguns dizem que aqueles que são bons têm sorte. Fábio se encaixa perfeitamente nesse senso comum. Não bastasse salvar o Cruzeiro com belas defesas, o goleiro tem sido ajudado pela trave nos momentos decisivos. Contra o Internacional, a bola parou no poste em uma ocasião, contra o Avaí foram duas – em todos os lances o camisa 1 já estava vencido.
Entretanto, essa relação bem-sucedida entre Fábio e a trave é recente. Por exemplo, contra o Flamengo, o poste não estava de bem com o goleiro celeste. No primeiro gol dos cariocas, a bola explodiu no travessão nas costas de Fábio e morreu nas redes, empatando o duelo no final do primeiro tempo. Para completar, ela impediu dois gols celestes – de Farías e Victorino, em cobrança de pênalti.
- O Fábio é um cara que nunca fugiu das suas responsabilidades. Por isso é ídolo e tem todo esse carinho da torcida. Nos dois últimos jogos ele mostrou que superou todas as críticas que foram feitas, na minha opinião injustas, e espero que continue nos ajudando bastante – comentou o lateral-esquerdo Diego Renan.