O Atlético-MG não conseguiu jogar, diante da marcação imposta pelo Cruzeiro, e, para piorar, a defesa alvinegra, até então a melhor do segundo turno do Campeonato Brasileiro, falhou em várias oportunidades. Os atacantes cruzeirenses, comandados pelo meia Roger, o melhor atleta em campo, levaram vantagem em quase todas as jogadas.
Com o resultado, o Atlético-MG se manteve com 45 pontos e caiu para a 15ª posição na tabela de classificação. O Cruzeiro, com mais três pontos, chegou aos 43, na 16ª colocação. Com o resultado, ambos se livraram do rebaixamento, mas também não conseguiram vaga na Copa Sul-Americana.
Agora, as duas equipes entram em férias e voltarão apenas em janeiro, na pré-temporada preparatória para a disputa do Campeonato Mineiro. O Cruzeiro, atual campeão, estreará na competição estadual no dia 29, em Ipatinga, diante do Nacional, de Nova Serrana. O Atlético-MG, por sua vez, vai encarar o Boa Esporte, também no dia 29, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
Goleada impressionante
O clássico começou muito ríspido, com entradas duras de ambos os times. Logo nos primeiros minutos, Pierre e Fabrício fizeram faltas duríssimas. Em uma disputa na área do Atlético-MG, Charles deu uma cotovelada e Pierre, mas a arbitragem alegou que não viu nada. Se tivesse enxergado a agressão, o volante cruzeirense seria expulso.
O Cruzeiro, com muita vontade, diminuía os espaços, com uma marcação forte e saía rapidamente nas jogadores de ataques. Em uma dessas jogadas, aos 9 minutos, Anselmo Ramon, pela direita, fez ótimo cruzamento para Roger. O meia, que substituiu Montillo, suspenso, teve apenas o trabalho de empurrar a bola para as redes atleticanas.
O Cruzeiro, empurrado pela torcida, continuou melhor na partida. A equipe celeste, mesmo em vantagem no placar, seguiu insistindo, em busca do segundo gol. E ele veio, aos 28 minutos, após cobrança de falta de Roger. O volante Leandro Guerreiro subiu mais que Pierre e tocou de cabeça, sem chances para Renan Ribeiro.
Tudo parecia perfeito para o Cruzeiro, mas a situação ficou ainda melhor. Aos 33 minutos, Réver falhou diante de Wellington Paulista, que tomou a bola, chegou à linha de fundo e cruzou rasteiro. Anselmo Ramon girou sobre Leonardo Silva e tocou por baixo das pernas do goleiro atleticano.
Cuca, ainda na primeira etapa, tentou arrumar a casa e alterou o Atlético-MG. O treinador alvinegro colocou o atacante Magno Alves na equipe, na vaga de Serginho, que jogava improvisado na lateral direita. Assim, Carlos César, que foi escalado no meio-campo, voltou à posição de origem.
Mas quem chegou ao quarto gol foi o Cruzeiro. Aos 45 minutos, Fabrício pegou a bola na intermediária, avançou e bateu de longe. A bola ainda desviou em Leonardo Silva, enganando o goleiro Renan Ribeiro. Goleada incrível na Arena do Jacaré.
Maior goleada da história
No segundo tempo, continuou o martírio atleticano. A pressão do Cruzeiro continuou, e a torcida presente nas arquibancadas entrou na onda, mas de forma infeliz. Alguns torcedores arremessaram rojões no gramado. Aos 3 minutos, um deles estourou bem próximo ao goleiro Renan Ribeiro, que reclamou bastante de dores no ouvido. O árbitro pediu reforço policial, e a partida foi interrompida por três minutos.
Na sequência, o Cruzeiro chegou ao quinto gol. Aos 12 minutos, Roger, em tarde inspirada, fez grande jogada pela direita do ataque e cruzou na cabeça de Wellington Paulista, que, livre, cabeceou em direção ao gol. Leonardo Silva ainda tentou tirar a bola, mas não evitou o quinto da Raposa.
O Galo ainda chegou ao gol de honra. Os dois zagueiros foram para o ataque e conseguiram marcar. Aos 15 minutos, Leonardo Silva, pela direita, chutou forte e rasteiro para a área. Réver, muito oportunista, tocou de leve, apenas para tirar o goleiro Rafael de ação: 5 a 1.
Aos 32 minutos, o árbitro Marcelo de Lima Henrique mostrou o cartão vermelho para o zagueiro Werley, do Atlético-MG, e o atacante Wellington Paulista, do Cruzeiro. Os dois trocaram sopapos e foram merecidamente expulsos.
O Cruzeiro, a partir daí, se limitou a fazer o tempo passar. O Atlético-MG ainda ensaiou uma pequena pressão, mas também não mostrou forças para tentar algo melhor na partida. Aos 45 minutos, o time ainda fez mais um, o sexto. Ortigoza fez ótima jogada pela esqueda e cruzou para Everton, que tocou para o fundo das redes: 6 a 1. O placar elástico garantiu o time celeste na Série A e ainda tirou o Galo da Copa Sul-Americana.