Marcelo Ramos é o quinto maior artilheiro do Cruzeiro em todos os tempos. E por ter feito mais de cem gols com a camisa azul, foi imortalizado no Hall da Fama do clube, inaugurado nessa terça-feira, na Toca da Raposa II. O atacante estava visivelmente emocionado com a homenagem do clube, que defendeu por três vezes, entre 1995 e 2003.
- É muita emoção. Às vezes, quero falar alguma coisa e nem consigo, estando no meio de tantas feras, tantos craques, tantos caras que jogaram na Seleção Brasileira e fizeram história. Sou apenas mais um. Tenho a consciência do que fiz no clube. Não foi pouco, eu sei. Não tenho palavras, é uma emoção muito grande. É chegar em casa, mostrar as imagens para meus filhos, que viram pouco da minha carreira e contar pra eles. É muita honra estar na história de um clube como o Cruzeiro. São poucos os jogadores que conseguiram isso.
O atacante baiano fez 163 gols com a camisa azul, e alguns deles foram muito importantes e marcantes para a torcida da Raposa. Foram de Marcelo os gols do título da Copa do Brasil de 1996 e do Campeonato Mineiro de 1997, no jogo contra o Villa Nova, que registrou o maior público da história do Mineirão.
- É legal lembrar isso. De 163 gols, a maioria das pessoas se lembra do que fiz contra o Palmeiras e daquele do jogo de maior público do Mineirão. Foram gols decisivos, mas houve muitos outros, como o da volta da Holanda, em 1997, contra o El Nacional, pela Libertadores. Tem que pegar um DVD e mostrar para as pessoas que não viram. O da Copa do Brasil foi importante, mas não foi um gol bonito, foi um gol de oportunismo. Joguei com muita gente boa no Cruzeiro, e isso facilitou minha vida aqui no clube.
Marcelo Ramos disse se lembrar de cada momento vivido com a camisa do Cruzeiro. E também recordou uma história vivida com seu pai, quando ele assinou contrato com a Raposa, em 1995.
- Para fazer uma matéria falando desse momento, pode escrever que eu não tenho o que falar. Mesmo com tanta experiência, estou nervoso e muito emocionado. É um filme que passa, cada detalhe, cada treino, chegar aqui na Toca e rever os velhos companheiros. Quando vim para o Cruzeiro, em 1995, meu pai me perguntou se eu sabia quem tinha jogado no Cruzeiro. Eu não sabia, era muito novo, tinha só 22 anos, e ele disse Tostão, Dirceu Lopes e Piazza. Claro que nunca joguei como eles, mas sou homenageado junto como todos eles. Meu pai vai ver pela TV e vai ficar muito orgulhoso de mim. Isso é muito bom!