teste

Entre a euforia e o desespero



Era possível perceber pelos semblantes. A cinco rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, a expectativa das duas maiores torcidas de Minas Gerais é um contraste só em Belo Horizonte. Atleticanos foram às ruas ontem ainda eufóricos com a vitória sobre o Grêmio por 2 a 0, no sábado, que permitiu ao time ampliar a distância da zona de rebaixamento. Ao mesmo tempo em que cruzeirenses, entre surpresos e decepcionados, tentavam compreender as razões da goleada para o Flamengo, por 5 a 1, no domingo, e pensavam no que será da sorte azul daqui para a frente. A equipe é a primeira da área de degola. Em comum, torcedores alvinegros e celestes carregam a esperança de seus clubes escaparem da queda para a Série B. O desafio não será pequeno. Vai sobrar emoção!

O terceiro triunfo consecutivo encheu a torcida do Atlético de confiança. “O jogo foi uma maravilha. Marquinhos Cambalhota e Renan Ribeiro foram demais dentro de campo. Minha expectativa agora é que o time alcance a tabela da Sul-Americana”, festejava o estudante Welington Lúcio Said, de 15 anos. Já o motociclista Marlon de Oliveira, de 42, acredita que o Galo só ganhou porque foi ofensivo contra o Grêmio e espera que o elenco alvinegro mantenha o ataque no sábado contra o embalado Figueirense, mesmo fora de casa. “Além disso, é preciso que os jogadores tenham humildade. Vejo que tanto o elenco quanto o técnico Cuca estão se unindo na construção de um bom time”, avaliou. Para o garçom Fernando de Assis, de 30, a reação se deve à troca de Dorival Júnior por Cuca no comando atleticano. “Torço para que ele fique”, diz Assis, que alerta para o risco no próximo jogo. “O Figueirense ataca e marca muito. O elenco terá que tomar cuidado também com a velocidade dos rivais”, aconselha. Na visão do autônomo Daniel Januário de Souza, de 32, o desafio é o elenco corresponder dentro de campo à paixão da torcida. “O que não pode, na última rodada, é perder para o Cruzeiro, como sempre acontece.” 

Vinte e quatro horas depois do apito final no Engenhão, torcedores do Cruzeiro não acreditavam na goleada que empurrou o time para a zona de rebaixamento. A catástrofe, para alguns, ocorreu por falta de raça. Para outros, por erros do técnico Vágner Mancini. “Com esse treinador ruim, o time afundou. Outro fator que contribuiu foi a saída do Zezé Perrella”, reclama Wenceslau Braz de Medina, de 74 anos. O pênalti perdido é um lance que não sai da cabeça do aposentado, assim como perturba a estudante Francilene Alves, de 14. Entre torcedores, ela foi das poucas que se animaram a ir à Praça 7, Região Central de Belo Horizonte, com a camisa do time celeste. “Leo e Victorino vacilaram feio. Ainda assim, não desisto de torcer por uma recuperação. Se o Cruzeiro cair, continuarei torcendo por ele”, diz. Para o conferente Flávio Amâncio, de 32, faltaram empenho e qualidade. “Ficou óbvio que não há um que saiba bater pênalti”, criticou. Ele não considera o técnico ruim, mas sentiu a falta do atacante Wallyson. Surpreso, o vendedor Paulo Alexandre Oliveira, de 27, cobra mais rigor da torcida com os jogadores. “Mas aposto numa vitória sobre o Internacional, por 4 a 0. Será um jogo fácil, ao contrário da disputa com o Flamengo”, arrisca.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

ShareThis