teste

Ídolos celestes estão pessimistas com chance de rebaixamento para a Série B


A cinco rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro está na zona de rebaixamento e a ameaça de queda pressiona a equipe celeste. Enquanto o time acumula resultados negativos, ídolos históricos do clube veem o pessimismo crescer a respeito das chances do clube se manter na elite do futebol nacional.

Evaldo, Dirceu Lopes, Procópio e Roberto Gaúcho admitiram preocupação com a possibilidade de o Cruzeiro ser obrigado a disputar a Série B em 2012. A ausência de Montillo por, pelo menos, duas rodadas é um dos fatores que causam mais receio.

“O momento é de preocupação. Estou muito preocupado com o momento do Cruzeiro. O jogo com o Atlético-GO criou certa expectativa, porque o time demonstrou raça, mas, no jogo seguinte, voltou à estaca zero. Contra o Flamengo, essa derrota foi um vexame”, analisou Dirceu Lopes, segundo jogador com mais partidas na história do clube.

Com apenas um triunfo no returno, o ex-atacante Evaldo vê a possibilidade de reação cada vez mais distante. “Em futebol, você não pode dizer que não vai acontecer. Mas o momento não é bom. Já pensamos em Segunda Divisão, a não ser que aconteça algo muito diferente. A tendência é só piorar”, disse.

Já Roberto Gaúcho fala na necessidade de um milagre. “Vai ser difícil o Cruzeiro escapar. Só um milagre. Depois desse 5 a 1 para o Flamengo, para reagir vai ser difícil, os caras vão ter de se fechar muito”, observou o ex-ponta, que defendeu o clube durante sete anos na década de 90.

Causas da má fase

Enquanto o Cruzeiro acumula resultados negativos em campo, os ídolos do clube buscam explicações. “Houve menosprezo do campeonato, porque o Cruzeiro se desfez de jogadores importantes em um momento que não era propício para isso”, avaliou Procópio, campeão brasileiro em 1966.

A negociação de jogadores ao longo do Brasileiro, como aconteceu com Thiago Ribeiro, Gil, Henrique e Dudu, é vista como uma das principais causas para a má campanha. “O Cruzeiro procurou, né?! Vendeu todos os jogadores. Time não se faz da noite para o dia. Agora o Cruzeiro é um time desfigurado. Jogador hoje é moeda de troca, o clube tem de vender para sobreviver, mas foi na hora errada. É preciso manter o time, pegar conjunto”, afirmou Evaldo.

Sem alguns dos titulares do princípio da temporada, a diretoria celeste foi ao mercado para buscar reforços. Depois de Thiago Ribeiro ser negociado com o Cagliari e Wallyson se contundir, foram contratados Bobô e Keirrison, que não conseguiram se firmar.

“O Cruzeiro tem gente capacitada para olhar se o jogador tem capacidade de jogar no Cruzeiro. O empresário fala que o jogador é imprescindível e eles contratam. O Keirrison, por exemplo, só jogou no Coritiba e nunca mais. Jogaram a responsabilidade sobre ele e eu já não acreditava, porque ele não vinha bem há muito tempo”, acrescentou Evaldo. “Contrataram muitos jogadores errados. Tem jogadores que estão lá hoje que não têm condições de vestir camisa”, concordou Roberto Gaúcho.

Além da saída de jogadores, as trocas de comando na equipe também são vistas como fator negativo. Cuca iniciou o Brasileirão. Após cinco rodadas sem vencer, ele foi trocado por Joel Santana, demitido no princípio setembro e substituído por Emerson Ávila. Ainda naquele mês, Vágner Mancini chegou à Toca da Raposa.

“A cada três, quatro meses, são novas ordens. É como um aluno que a cada dois meses mudasse de professor. É preciso saber, escolher e pesquisar quem pode dirigir o clube”, destacou Procópio.

Já Roberto Gaúcho questionou as escolhas de técnicos feitas pela diretoria. “Ente os treinadores do Cruzeiro, nenhum tinha condição de assumir a equipe. O Joel Santana não tem nada a ver com o Cruzeiro. E o Mancini não tem experiência e currículo”.

Ausência de Montillo aumenta receio


No mesmo momento em que passa a figurar na zona de rebaixamento, o Cruzeiro precisa conviver com o desfalque de seu principal articulador de jogadas. Com um estiramento grau um na coxa esquerda, Montillo ficará afastado por pelo menos dez dias.

A ausência do camisa 10 aumenta a preocupação em relação às chances de queda para a Série B. “O que mais lamentei foi ver o Montillo machucado. Ele é o principal jogador, quem puxa o Cruzeiro. Arrisco a opinião de que ele deveria jogar em situação mais fácil, sem ter de voltar e marcar, porque se desgasta muito durante o jogo”, disse.

Evaldo também avalia que a sobrecarga sobre Montillo determinou a lesão do meia. “Era sabido que Montillo ia estourar. Ele tenta carregar o time sempre e ninguém é de ferro”, disse o ex-atacante, que teve opinião compartilhada por Roberto Gaúcho. “O Montillo não tem outro para ajudar. É tudo com ele e ele não aguenta”.

Já Dirceu Lopes apontou outro fator como causa para a lesão de Montillo. O ex-meia avalia que os problemas de saúde apresentados por Santino, filho caçula do meia argentino, também podem ter prejudicado o camisa 10 celeste. 

“Infelizmente, eu já temia que isso aconteceria. Ele não tem condição psicológica de jogar, pelo momento que passa o filho dele. Eu não teria como jogar futebol em um momento como esse. Não tenho dúvida que esse é um dos fatores que levou a essa lesão”, comentou.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

ShareThis