Considerado ausente por muitos nos últimos meses em que o Cruzeiro vive uma crise sem precedentes, o presidente do clube, Zezé Perrella está na Arena do Jacaré para acompanhar a partida entre Raposa e Atlético-PR. Com 38 pontos, o time pode voltar ao Z-4 ao final da rodada, caso seja derrotado.
Questionado sobre a situação ruim pela qual a equipe atravessa, o dirigente usou exemplos da história do clube para citar que o futebol é um esporte imprevisível.
- Só o futebol proporciona isso. Você vê um Figueirense, com todo respeito, que está na quarta posição do campeonato. Em 1997, o Cruzeiro foi campeão Mineiro e da Libertadores. E com o mesmo time, nós só não fomos para a segunda divisão por causa de um ponto no final, num jogo contra o Santos.
Perrella aponta as inúmeras lesões de jogadores ao longo da temporada, a perda de Thiago Ribeiro, e também a dificuldade de adaptação dos novos contratados, como os principais fatores para o momento complicado.
- Nós tivemos algumas dificuldades esse ano. Nós perdemos jogadores importantes, a grande maioria por contusão. Perdemos o Thiago Ribeiro que acho que fez falta, mas ele tinha um contrato que faltava menos de nove meses para vencer, e já podia assinar um pré-contrato três meses depois. Aí, ele chegou e disse que se não fosse vendido, assinaria um pré-contrato, e o Cruzeiro perderia U$ 2 milhões. O Wallyson, para nosso azar, se machucou e o que nós tínhamos de forte, que eram os contra-ataques pelas laterais, nós perdemos. E os jogadores que trouxemos, talvez por adaptação, como o Keirrison que fez 100 gols em dois anos, chegou aqui, mas ainda não conseguiu encaixar. Trouxemos o Bobô que em seguida se contundiu, então, foram muitas dificuldades, e as contusões foram nossa grande vilã.
Por fim, o presidente afirma que não foge da responsabilidade pela má campanha, mas faz um desabafo.
- Concordo que erramos, assumo a responsabilidade, e acho que quando as coisas vão mal, o presidente e a diretoria têm que ser responsabilizados sim. Só fico sentido porque quando ganha é o treinador que é o estrategista, os jogadores que são excepcionais, e ninguém lembra da diretoria. E quando perde, a gente não está com nada. A vida de dirigente é difícil e é por isso, que graças a Deus, fico só até 31 de dezembro no comando.