
Internacional e Palmeiras se enfrentaram no Beira-Rio e Dunga marcou o gol salvador, aos 36 minutos do segundo tempo. A partida terminou em 1 a 0.
“Era o último jogo e precisávamos até de outros resultados. Com um empate, a gente estaria rebaixado também. No fim do jogo, as combinações favoreciam e aconteceu uma falta lateral para o Inter. O Leão, técnico da época, me chamou para entrar no lugar do Dunga. Eu estava na beira do campo. O Leão me pediu para esperar e não entrar”.
Agora, Leandro Guerreiro pensa em conseguir um novo feito importante para a carreira. Desta vez, entretanto, ele deverá ser importante dentro de campo, como aconteceu na rodada passada, contra o Atlético-PR.
“O momento é praticamente o mesmo desse ano com o Cruzeiro. É delicado. Eu ainda era um menino começando, era meu primeiro ano como profissional, com 20 anos. Se acontecesse o pior, eu ficaria muito marcado, principalmente no inicio da carreira. O nervosismo é o mesmo e a ansiedade é a mesma. A gente não queria estar nessa situação. Queríamos a Libertadores ou o título. O que posso tirar de lição é a tranqüilidade, que é necessária. Às vezes você coloca a cabeça no travesseiro e não consegue dormir. Mas é respirar fundo, se controlar, ou então tudo vai por água abaixo”, reflete.
Atuação em homenagem ao sogro
A exemplo de Montillo, que já demonstrou profissionalismo ao superar os problemas de saúde familiares, o volante celeste não deixou o Cruzeiro apesar do falecimento do seu sogro, que aconteceu na sexta-feira.
A partida de domingo passado ficará na memória de Leandro Guerreiro. Primeiro, por ter se destacado improvisado na zaga, e também por ter homenageado o sogro com a boa atuação.
“Acho que foi minha melhor atuação pelo Cruzeiro. Até porque foi em uma posição que eu não jogava há muito tempo. Eu joguei uma vez só, no Guarani, no esquema de dois zagueiros. Já joguei nessa função, mas no esquema de três zagueiros. Precisei de superação. Na vida pessoal também, porque perdi meu sogro na sexta-feira. Foi um baque muito grande. Tive que superar isso também. Nem pude ir acompanhar minha esposa. Entrei com esse pensamento positivo dentro de campo, de ajudar a equipe a sair dessa situação e dar alegria e minha família e esposa, o pensamento era de fazer um gol para o meu sogro. Mas, com a boa atuação, já acredito que pude ajudar e deixa-lo feliz também”, conta.
O reconhecimento da torcida, na Arena do Jacaré, deixou Guerreiro feliz. “Eu fiquei bastante emocionado dentro de campo pelo reconhecimento. Quando a gente demonstra garra e determinação, o torcedor reconhece. Tive esse momento feliz e só tenho a agradecer. Sei que vivemos um momento difícil e espero ficar aqui muito tempo e fazer uma historia boa no Cruzeiro”.
O desfecho é bem conhecido pelos torcedores colorados. “O Dunga nunca entrava na área, mas, naquele lance, recebeu uma luz, entrou e fez o gol. Depois, teve confusão, muita bola jogada para dentro do campo, a luz apagou... Acabei não entrando no jogo”, lembra.