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Show só na arquibancada


A alegria maior do torcedor cruzeirense ontem, na Arena do Jacaré, foi quando o serviço de som do estádio anunciou o segundo gol do Corinthians da vitória por 2 a 1 sobre o Atlético. Foi uma explosão. Tão intensa quanto no gol de Charles e em alguns lances em que havia expectativa de que o time poderia virar o placar. Em peso, o público pediu raça e criou um grito que tomou conta da Arena: “Eu quero ver o Cruzeiro tomar (porrada) para vencer”.

 Quando terminou o jogo, vaia geral, principalmente para os dirigentes. Entre os jogadores, uma das exceções foi Leandro Guerreiro, aplaudido como herói. O volante, que atuou improvisado como zagueiro, afirmou que ficou triste como os torcedores com o empate e que trocaria todos os elogios pelos três pontos: “Lá no vestiário, depois do jogo, deu para ver como sentimos o resultado. Queríamos vencer e não deu”. O grupo se abateu tanto, que a diretoria, ainda no vestiário, anunciou que amanhã a delegação poderá ir novamente para Atibaia, estância paulista, e, de lá, na sexta-feira, para Fortaleza, onde o Cruzeiro vai enfrentar o Ceará, domingo, às 17h, no Estádio Presidente Vargas. Foi o técnico Vágner Mancini quem primeiro falou desta possibilidade.
Se faltou futebol, sobrou apoio do torcedor. Mais uma vez a torcida chegou cedo e lotou a Arena do Jacaré, que teve seu maior público: 18.139 pagantes. Os cruzeirenses não estavam com aquela euforia da vitória sobre o Internacional, mas fizeram com que a tarde ficasse mais quente pelo incentivo e confiança. Antes da partida, provocações ao ex-cruzeirense Guerrón. O atacante equatoriano apenas ria. Marcinho, autor do gol, e o zagueiro Fabrício, que jogou apenas duas vezes pelo clube, foram poupados. Montillo foi o último a entrar no gramado para o aquecimento. Esperava um futebol diferenciado, mas pouco conseguiu. Depois, revelou que precisa de mais uma semana de treinamentos para entrar no ritmo ideal.

PROTESTOS O torcedor não gostou de algumas mudanças de Vágner Mancini, principalmente quando tirou Ortigoza e depois trocou Wellington Paulista por Farías. Ele foi chamado de burro, já que se previa a saída de Anselmo Ramon, atuando mal. O treinador alegou que Ortigoza estava cansado e que pediu para ser substituído. Na mesma situação estavam Charles e Fabrício e ele optou por tirar Charles, lançando Éverton: “Nossa equipe estava muito cansada”. 

Mancini acredita 100% que o Cruzeiro vai escapar do rebaixamento. Para ele, a partida em Fortaleza, pelo que conhece do seu ex-clube, será um duelo com clima de guerra: “Mas vamos formar um exército azul para combater e vencer”. Assegura que a fórmula será a de sempre: um estudo geral do adversário e a preparação psicológica dos jogadores: “Nosso maior problema tem sido o emocional. Não é fácil jogar sob esta pressão, mas vamos conseguir o objetivo. O importante é que o Cruzeiro ainda depende apenas dele”.

A confiança aumenta pelo fato de que domingo o técnico vai poder contar com todos os jogadores, porque não houve nenhum problema ontem com contusões nem cartões. Montillo jogou sem as suas melhores condições, mas Mancini acha prematuro aproveitar o atacante Wallyson: “Seria bom ele estar preparado, mas o melhor é não apressarmos”. Os ausentes ontem por suspensões, Naldo e Victorino, vão poder jogar. Até o zagueiro Leo, que sofreu um estiramento, tem esperança de se recuperar.

O ônibus do clube deixou o estádio sob forte aparato policial, mas não ocorreram problemas com os torcedores. Hoje haverá folga geral na Toca.
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