Em meio às discussões no Congresso Nacional sobre a Lei Geral da Copa, que traz um conjunto de exigências da Fifa para a realização do evento no Brasil, Belo Horizonte caminha para uma versão local da polêmica. Isso porque está em discussão, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, um projeto de lei de autoria do vereador Adriano Ventura (PT) que prevê que 10% dos ingressos das partidas do Mundial, que serão disputadas na capital mineira (seis ao todo), fiquem nas mãos de quem nasceu ou tenha residência fixa na cidade.
A iniciativa, aprovada em primeiro turno, deverá ser apreciada em Plenário para a votação em segundo turno. Ainda não há uma data exata para que isso aconteça. Após esse passo, o projeto segue para as mãos do prefeito Márcio Lacerda (PSB), para sanção ou veto.
Segundo Adriano Ventura, os belo-horizontinos não podem abrir mão de prestigiar um evento da grandeza de uma Copa do Mundo.
- Quando pegamos a capacidade do estádio, 65 mil lugares, teríamos apenas 6.500 para aqueles que residem em Belo Horizonte, o que é, no mínimo, justo. Esse será um benefício para a cidade. Não podemos deixar que apenas a Fifa imponha condições à cidade sem nenhuma contrapartida. Um evento desses é único e, mantendo as coisas como estão, não é justo acompanhar todos esses jogos apenas pela televisão.
O parlamentar lembrou que essa cota de bilhetes também contemplaria os públicos que hoje têm direito à meia-entrada em eventos esportivos, como crianças e idosos. Esse, aliás, é um dos entraves da Lei Geral da Copa, uma vez que o Governo Federal quer manter a meia-entrada, enquanto a Fifa, não.
- Esses 10% também incluem crianças, estudantes e idosos, aqueles que têm meia-entrada. Para essa compra, estabelecemos, no projeto, o limite de dois bilhetes por carteira de identidade.
O vereador acredita que o projeto será aprovado com facilidade no Plenário da Câmara. Para ele, a única surpresa seria um eventual veto do Poder Executivo.
- Percebo, entre os vereadores, um clima muito favorável para a aprovação do projeto, que foi muito elogiado. Agora, ficaria surpreso caso haja o veto do prefeito Márcio Lacerda, o que criaria um clima não muito agradável com a Câmara, que tem poderes para derrubar. Mas não é possível falar nada sobre isso, temos que esperar a votação em segundo turno.
Seis jogos
Dos seis jogos que Belo Horizonte receberá, quatro serão pela fase de grupos, um, pelas oitavas de final, e outro, pelas semifinais. Desses, dois poderão ser da Seleção Brasileira, caso o time se classifique em primeiro lugar no Grupo A e avance até a semifinal.