As ausências de Fábio e Montillo
Não é novidade que, para o torcedor do Cruzeiro, os clássicos contra o Atlético sempre têm uma emoção diferente. Mas, neste domingo, às 17h, na Arena do Jacaré, essa adrenalina será imensurável. Sem os dois principais jogadores do time –Fábio e Montillo – e valendo a sobrevivência na Série A, a torcida cruzeirense teme um trágico revés. Além dos ídolos, o polivalente Marquinhos Paraná também desfalcará a equipe. Todas as ausências serão por suspensão.
Essa será a segunda vez que o Cruzeiro jogará uma partida sem o goleiro e o armador. A primeira não traz boas lembranças ao torcedor. O time perdeu para o Figueirense por 4 a 2, dentro de casa, no último jogo de Joel Santana no comando. Como atenuante, fica o fato de que, naquela ocasião, a equipe celeste tinha outros seis desfalques: Naldo, Vítor, Diego Renan, Gilberto, Wellington Paulista e Ortigoza.
Os números mostram que o time, desde o ano passado, sabe superar bem a ausência do craque argentino. Foram 10 partidas sem o armador, com nove vitórias e uma derrota. Na maioria das vezes, Roger foi o substituto. Contra o Galo, ele deverá ser novamente o responsável por suprir a vaga de Montillo. Já a ausência de Fábio geralmente é mais sentida pelo grupo. Desde 2010, o goleiro desfalcou o Cruzeiro em 12 jogos. Foram cinco vitórias e cinco derrotas, além de dois empates. Em todas as ocasiões, o substituto foi Rafael, que terá dessa vez a missão de segurar o ataque alvinegro, em seu primeiro clássico como profissional.
Rafael, que estreou no profissional em 2008, em um amistoso contra o América, já entrou em campo 16 vezes com a camisa 1 estrelada e sofreu 22 gols, média de 1,38 por jogo. Apesar de serem desfalques, Fábio e Montillo estão em Atibaia com a delegação. No hotel de luxo onde a equipe está hospedada, os dois aproveitam para transmitir conselhos aos demais colegas e passar tranquilidade ao grupo. O clima é de aglutinação e concentração total.
“Como sempre, quero ajudar com apoio. Nos treinos, ajudo os caras que vão jogar. E domingo eu estarei lá com eles, porque o time todo precisa de gana para ganhar. É o momento de estarmos todos juntos. É um jogo muito importante para todos nós. É o jogo de nossas vidas”, diz Montillo.
CONSELHOS BEM RECEBIDOS Fábio, além de símbolo e ídolo da torcida, é o capitão da equipe e quem sempre puxa o grito de incentivo em todos os jogos decisivos, antes da entrada do time em campo. Em Atibaia, ele procura exercer seu papel de líder nas atividades e nas conversas com os colegas. Seus conselhos têm sido bem recebidos pelo substituto Rafael. “O Fábio é um dos melhores do Brasil. Quero suprir sua ausência da melhor maneira possível. É um jogo que não podemos errar nada, temos que preocupar com tudo, eles têm um contragolpe rápido, bola parada boa e jogadores de qualidade. Não podemos deixar passar nada”, destaca.
Se para alguns torcedores a ausência de Fábio e Montillo é motivo de preocupação, para o técnico Vágner Mancini a dificuldade maior tem sido encontrar substituto para Marquinhos Paraná, nos treinos em Atibaia. “Não me preocupo em nada no gol. Tenho certeza de que o Rafael vai entrar e dar conta do recado. Perdi o cara que corrige taticamente a equipe, que é o Marquinhos Paraná. Vou testar várias maneiras de jogar e ver qual a melhor. Quero ver em campo aquilo que me dá essa segurança.”