A queda vertiginosa do Cruzeiro na temporada de 2011 não tem uma explicação pontual. Uma série de equívocos, dentro e fora de campo, justificam o fato do melhor time da Libertadores ter brigado até o fim para não ser rebaixado no Brasileirão.
Trocas de comando, vendas de jogadores, contratações erradas, ausência do presidente, falta de pulso da diretoria... Muitos são os erros e poucas foram as soluções ao longo do ano.
Vágner Mancini, que conseguiu conduzir a Raposa à salvação no Brasileirão, não enga que equívocos foram cometidos.
- Se formos analisar a última década do Cruzeiro, ele tem acertado muito mais do que errado. Certamente, nessa temporada, houve erros, porque do contrário não chegaríamos ao último jogo dependendo de uma vitória – comentou.
- Alguns erros são na parte administrativa, mas não vou comentá-los, por uma questão ética. Algumas peças foram retiradas do elenco e não foram repostas. Isso acaba agravando a oscilação dentro do campeonato. Alguns outros erros acontecem em todas as equipes – completou Mancini.
A expectativa é de que a Raposa consiga superar os problemas em 2012 para ter um ano mais tranquilo, como frisou o ídolo Piazza.
- Para o próximo ano, o novo presidente vai ter que reavaliar desde o cozinheiro aos dirigentes, rever todos os processos do clube. O Cruzeiro correu um risco demasiado em 2011 e não pode repetir isso no ano que vem .
Com a palavra: Gilvan de Pinho Tavares, futuro presidente do Cruzeiro
"A falta de um estádio em Belo Horizonte foi um prejuízo muito grande, o excesso de contusões foi um fator significativo também, assim como não podemos negar que as vendas de atletas prejudicaram demais. De todas, a venda do Thiago Ribeiro foi a que mais atrapalhou, pois ele era um atleta de velocidade, uma referência. Nosso ataque sentiu. Ainda perdemos o Wallyson, que se machucou, e ficamos sem um homem de velocidade."
Com a palavra: Piazza, ex-jogador e eterno ídolo do Cruzeiro
"O ano ruim foi devido a uma soma de vários equívocos, tanto na parte administrativa quanto no futebol. A diretoria trocou muito os treinadores, achando que isso resolveria os resultados de momento, as negociações, principalmente no ataque, foram mal feitas. Isso tudo contribuiu para a queda do time, mas ninguém esperava que caísse tanto.
A eliminação da Libertadores pareceu que no aspecto psicológico foi como se o Cruzeiro fosse varrido por um tsunami, provocou um desacerto enorme na equipe que eu nunca vi. Se o Cruzeiro caísse, não teria o que reclamar, pois cometeu muitas falhas."