Diretoria quer definir time até 4 de janeiro
Para evitar os transtornos da temporada em que escapou da queda para a Segunda Divisão na última rodada, os dirigentes cruzeirenses não perderam tempo: um dia depois da goleada histórica de 6 a 1 sobre o Atlético, que amenizou em parte um ano sem grandes conquistas e muita humilhação, eles passaram a segunda-feira trabalhando. Várias reuniões estão programadas para o restante da semana para que em 4 de janeiro, quando os jogadores voltam das férias, 99% do grupo já esteja confirmado.
É possível que ainda nesta semana parte do projeto elaborado pelo técnico Vágner Mancini
esteja concluído. Muitos atletas seguirão um novo destino. Em princípio, é difícil a permanência de Keirrison, Vítor, Naldo, Charles, Fabrício, Marquinhos Paraná e Ortigoza, cujos contratos terminam no dia 31. Fabrício é o que requer mais atenção. O presidente eleito, Gilvan de Pinho Tavares, ficou de definir hoje com o representante do jogador, Reinaldo Pitta, se o volante continuará na Toca. Há mais de três meses o assunto tem vindo à tona. Em nenhum momento o volante deu garantia de que faria um novo contrato. Ele tem propostas do São Paulo, Flamengo e Santos.
A primeira providência celeste, anunciada logo depois da goleada sobre o Galo, foi confirmar contrato por um ano com Mancini. Ele chegou em 26 de setembro para comandar nos 12 jogos finais um time que vinha em queda. Obteve três vitórias, empatou cinco vezes e perdeu quatro. Agora terá condições de fazer um trabalho com sua marca, escolhendo com quem deseja atuar e, principalmente, optando por jogadores velozes. Sua preferência é pelo atacante Osvaldo, do Ceará, cujos direitos pertencem ao Al Ahli, dos Emirados Árabes. Na semana do jogo contra o Ceará (2 a 2), o Cruzeiro tentou, sem sucesso, avançar as negociações. Os árabes querem US$ 5 milhões (R$ 9,2 milhões) para liberá-lo. O clube não fará um investimento tão alto por um único jogador.
De saída ao fim de dezembro, o presidente Zezé Perrella entrou de novo no centro da polêmica ao sugerir a venda de Montillo. “O torcedor pode não gostar do que vai ouvir, mas se eu fosse o presidente, o venderia, porque jogador nenhum é insubstituível. Apesar de ser um grande craque, já tem 27 anos. Se não negociar agora, dificilmente vai conseguir alguma coisa no futuro.” Ele está na mira de Corinthians e São Paulo. Gilvan, porém, tem pensamento diferente: “O entendimento que tive com o Zezé foi outro. Consideramos o Montillo de extrema importância e temos todo o interesse em continuar com ele. Só o vendemos em último caso. Ele é fundamental. Está havendo muita especulação, mas não chegou nenhuma proposta”, garantiu.
A intenção do presidente eleito é baixar os custos do futebol. Por esse motivo, não se interessou por nenhuma estrela, principalmente jogadores que estão no exterior e que desejam ser repatriados. São caros, chegam totalmente fora de forma e às vezes levam até uma temporada para a readaptação.
DE VOLTA A expectativa é pelo aproveitamento de alguns que retornam de férias, como o armador Bernardo, que está no Vasco, embora os cariocas tenham preferência para contratá-lo. Além dele, o atacante Kieza, artilheiro da Série B pelo Náutico, com 21 gols; o atacante Anderson Lessa e o armador Pedro Ken, no Avaí; o lateral-direito Marcos, no Bahia; e o lateral-esquerdo Júlio César, do Grêmio (o clube tem 50% de seus direitos).
Dentro dessa nova política, os primeiros nomes já estão sendo confirmados. Inicialmente, o zagueiro Thiago Carvalho, que era do Boa Esporte, de Varginha e, ontem, o de Matheus, da Portuguesa. Mas os dirigentes falam também em Anderson, do Atlético-GO. Como o Atlético-PR caiu para a Segunda Divisão, o Cruzeiro vai tentar novamente trazer o zagueiro Manoel, que dificilmente ficará no Furacão. É o tipo de jogador pelo qual não será necessário fazer alto investimento. Os zagueiros atuais são Leo, Naldo, Victorino e Cribari.
Em 4 de janeiro, o lateral-esquerdo Gilson, que era do América, também estará na Toca. Na negociação de Kléber, ex-Palmeiras, para o Grêmio, o Cruzeiro, adquiriu 30% dos direitos do atleta.