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Os 'investimentos' para não cair



Todo erro tem seu preço, diz o ditado popular. Pois a missão de salvar o Cruzeiro da queda para a Série B do Campeonato Brasileiro também custa caro. Perdas de jogadores no meio da temporada, reposições que não corresponderam e trocas constantes de treinadores foram alguns dos equívocos do clube celeste durante o Nacional de 2011. Agora, perto da degola, a Raposa abre os cofres para tentar se safar.

As duas viagens para preparação em Atibaia são exemplos claros de que a briga contra o rebaixamento sangra as finanças do clube. Nesta semana, 48 membros da delegação – entre atletas, comissão técnica e diretoria – voaram de BH a Campinas e seguiram de ônibus para o hotel de luxo da estância paulista. A estimativa aproximada de gasto com presença em São Paulo nesta semana é de R$ 100 mil.

O Cruzeiro tem um convênio com o hotel e dispõe de tarifas especiais, pagando 45% do valor de uma hospedagem normal pelas reservas. Com crédito acumulado, não houve custo com as passagens aéreas.

Na luta desesperada para se manter na Série A nesta reta final, estima-se que a Raposa tenha gastado cerca de R$ 200 mil somente com o programa de concentrações em Atibaia – foram duas, incluindo a do no início de novembro, antes da partida contra o Internacional. Para os jogadores, o investimento é válido. Prova disso, segundo eles, foi o triunfo sobre os gaúchos por 1 a 0, na Arena do Jacaré, embora o visitante tenha jogado melhor e perdido várias chances de liquidar o duelo.

“Deu certo contra o Inter. Vencemos o jogo e não perdemos mais depois. Aqui temos uma concentração a mais. Nesses momentos difíceis temos que ter descanso, repouso. Só de estar aqui ficamos bem mais unidos, ficamos juntos o dia inteiro”, exemplifica o lateral-esquerdo Diego Renan.

“Vale até superstição nessa hora. Se a gente continuar vencendo quando vem para cá.... Estamos muito concentrados aqui, para vencer no domingo e acabar com esse pesadelo”, completa o atacante Wellington Paulista.

MALA BRANCA E PREMIAÇÃO Além dos gastos com concentrações fora de Belo Horizonte, o Cruzeiro, desembolsa com a chamada mala branca – incentivo financeiro oferecido a outros clubes para vencer concorrentes diretos da Raposa na briga contra a degola. A diretoria celeste, até por implicações legais, não admite a prática. Para o América vencer o Atlético-PR na última rodada, especula-se que o valor oferecido pelo Cruzeiro aos atletas do Coelho tenha sido de aproximadamente R$ 500 mil. O lateral americano Carleto confirmou que o clube celeste levou a oferta a jogadores alviverdes.

A perspectiva é de que na última rodada o Cruzeiro ofereça mala branca para Coritiba, que joga contra o Atlético-PR, e Bahia, que enfrenta o Ceará. Se o valor ofertado for similar ao praticado com o América, o time da Toca gastará aproximadamente R$ 1,5 milhão só nesse tipo de investida. É possível que o total a ser pago ao Bahia seja superior a R$ 500 mil pela importância maior da partida e pela proximidade do Ceará na tabela de classificação.

Se a Raposa vencer o Galo, esses valores serão somados ao prêmio dado aos atletas pelo triunfo de escaparem da degola. A quantia a ser dividida entre os jogadores do Cruzeiro seria de, pelo menos, R$ 1 milhão em caso de vitória no clássico.
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