O torcedor cruzeirense há muito tempo não via os bastidores do clube ficarem tão tumultuados em um início de temporada. Com um péssimo começo de 2012, marcado pela desconfiança em relação à qualidade do elenco principal e do trabalho realizado até aqui por Vágner Mancini, que tem apenas 35,89% de aproveitamento à frente do comando celeste, a torcida clama que a alta cúpula azul e branca faça mudanças na comissão técnica do clube.
Um dos nomes que ganham força nos bastidores da Raposa é o do técnico Adílson Batista, que treinou a equipe entre 2008 e 2010. Segundo aa imprensa, o comandante que levou o Cruzeiro ao vice-campeonato da Copa Libertadores, em 2009, teria se oferecido para reassumir a equipe estrelada.
Entretanto, o próprio Adílson Batista rechaçou essa possibilidade. Em entrevista exclusiva, o técnico, que ainda segue desempregado, afirma que torce pelo sucesso de Vágner Mancini em Belo Horizonte.
“Não gosto de ficar comentando especulação, muito por causa de ética e respeito. Sou amigo do Vágner Mancini e gosto muito dele. Além de um ótimo profissional, nós jogamos juntos (no Grêmio, em 1995). Acompanhei o fim de ano complicado que teve o Cruzeiro e torci para que o clube permanecesse na Série A do Campeonato Brasileiro. Graças a Deus isso aconteceu. Agora, fico na torcida para que o Mancini dê a volta por cima aí em Belo Horizonte”, disse Batista, que tentou tranquilizar o torcedor celeste.
“A torcida precisa acreditar no trabalho do Vágner Mancini. Tem que ajudar e incentivar o profissional que chegou a pouco tempo e está tentando reverter uma situação que é complicada desde o fim de 2011. É preciso deixar que ele exerça o seu trabalho com tranquilidade, pois, só assim, ele irá encontrar uma forma de colocar o Cruzeiro nos eixos”, comenta.
Chamado de professor Pardal em um passado recente, Adílson Batista foi um comandante questionado no Cruzeiro, mas que conquistou o respeito junto ao adepto estrelado.
Ainda aguardando uma nova inserção no mercado de trabalho, Adílson Batista descansa na capital paranaense, Curitiba, e afirma estar tranquilo em relação à sua volta ao futebol. O comandante também fala dos pedidos do torcedor cinco estrelas, que pede o retorno de “AB” à Toca da Raposa II.
“Não estou forçando nada. Tem algumas possibilidades, mas estou estudando tudo com muita calma, sem apressar nada. Sei que o torcedor lembra muito do trabalho que foi realizado aí (em Belo Horizonte) e eu fico muito grato por isso, pois tenho um carinho enorme pelo Cruzeiro. Continuo pagando o Sócio-Torcedor até hoje, tentando ajudar de alguma forma. Meu respeito pela instituição Cruzeiro é enorme. Fico na torcida para que as coisas melhorem”.
Histórico de Adílson no Cruzeiro
Com dois anos e quatro meses, Adílson Batista é o quarto treinador que mais tempo ficou à frente do comando técnico do Cruzeiro, atrás apenas de Matturio Fabbi (seis anos e sete meses), Airton Moreira (três anos e dois meses) e Hilton Chaves (dois anos e dez meses).
Adílson treinou o Cruzeiro em 170 jogos e conseguiu um aproveitamento de 63,7%, com 97 vitórias, 34 empates e 39 derrotas. Foram 324 gols marcados e 193 sofridos.