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Cosme Rímoli: O fim do balcão de negócios na Toca II



Em janeiro.


O Cruzeiro não tinha patrocinadores para bancar R$ 500 mil por Montillo.

E não arrumou.
Antecipou a renovação de contrato com o argentino agora em março por R$ 380 mil.
O vínculo dura até dezembro de 2015.
Elevou sua multa rescisória a 80 milhões de euros, R$ 192 milhões.
Fez o carnaval que deveria.
E que merecia.
Gilvan Tavares segurou um dos quatro melhores jogadores do País.
Neymar, Ganso, Lucas e Montillo...
Não foi por acaso que Corinthians e São Paulo fizeram de tudo para contratá-lo.
Os corintianos ofereceram R$ 15 milhões pelos direitos federativos.
E mais o meia Vítor Júnior.
Ameaçaram bater nos R$ 18 milhões.
O ex-presidente Zezé Perrella achou um absurdo as negativas de seu sucessor Gilvan.
O argentino completará 28 anos em menos de 30 dias.
Dentro do mercado atual, está velho para uma transação com um clube de ponta europeu.
Zezé falou a Gilvan que seria quase impossível ter uma proposta como essa do Corinthians.
Agindo com a falta de ética que marca todos os clubes brasileiros, os paulistas haviam acertado tudo com o jogador.
Ofereciam nada menos do que R$ 500 mil mensais.
Mais luvas de R$ 2 milhões.
Era a contratação dos sonhos de Tite.
O jogador que faltava para a Libertadores.
Só que ninguém contava com a postura de Gilvan Tavares.
Braço direito de Zezé Perrella no Cruzeiro desde 1995.
Acalentava o sonho de ser presidente do clube há nada menos do que 21 anos.
Até que foi eleito no ano passado.
Foi uma deferência de Zezé.
Se quisesse continuaria como senador da República e presidente do clube.
Só que resolveu entregar o cargo ao amigo fiel.
O presente teve sotaque grego.
Deixou dívidas de cerca de 30 milhões.
A revista Placar disse que o clube devia a ele.
Gilvan desmentiu.
Falou que era para bancos.
O resultado foi que os salários atrasaram.
Jogadores desafiaram a diretoria.
Queriam receber.
Os mesmos atletas que quase rebaixaram o clube envergonharam publicamente a diretoria.
Gilvan se viu no meio de um pesadelo.
Com muitos amigos no mercado financeiro, conseguiu pagar o que era mais urgente.
E estabilizou o clube.
Comparada à filosofia de contratações de Zezé, o Cruzeiro de Gilvan perdeu muito mercado.
Sem Libertadores, a meta é tentar ganhar a Copa do Brasil.
Se vencer o Mineiro e não cair no Brasileiro, o ano já estará no lucro.
Até mesmo a manutenção de um treinador limitado como Vagner Mancini é séria.
Sem Zezé acabou a ambição desmedida.
Pergunto para duas pessoas importantes do futebol mineiro.
Por quê tanto esforço para manter Montillo?
A resposta foi a mesma.
Gilvan viu em Montillo um símbolo.
Sabe que apenas ele é muito pouco para grandes conquistas.
Mas o dirigente quis dar um recado.
Não para o eixo do Mal.
Mostrar para o Corinthians e São Paulo que Minas não se dobra.
O eterno subalterno de Zezé resolveu provar que merece respeito como dirigente.
E que é capaz de reverter uma política que era batizada de armazém.
O clube era visto como um balcão de negócios.
A rotatividade de grandes jogadores no clube foi impressionante na era Zezé.
O ex-presidente dizia que era ótimo para as finanças do clube.
Talvez não fosse tão assim, já que ele deixou dívidas.
Há duas leituras definitivas da permanência de Montillo no Cruzeiro.
A primeira vista pode parecer desperdício.
Pagar maior salário da história do clube para um ano sem Libertadores...
Sem ambições...
A tentação é mesmo achar pura teimosia.
Mas uma análise mais profunda mostra a mudança de filosofia.
A chegada da estabilidade que Gilvan quer dar ao clube.
Ele viu de perto como Zezé agia.
E não quer isso para o clube que conseguiu presidir.
Se pode discordar, falar o que for.
Mas há de se dar a mão à palmatória.
O Cruzeiro tem uma nova direção.
É isso que Gilvan Tavares queria.
E conseguiu.
Mostrou que não é um subalterno eterno de Zezé Perrella...
Por isso para ver Montillo com uma camisa preta e branca.
A saída será apelar para a imaginação e o photoshop.


O verdadeiro estará de azul na Toca da Raposa...
Post original: http://mcaf.ee/gljy5
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