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NA CHUVA E NA RAÇA, CRUZEIRO FAZ 3 A 2 NO ATLÉTICO-GO E FICA FORA DO Z-4


Foi dramático. Alguns diriam que a vitória do Cruzeiro sobre o Atlético-GO teve requintes de crueldade. De fato, o placar de 3 a 2 a favor da equipe celeste foi conquistado com suor e raça, mesmo que, em vários momentos, o futebol apresentado não foi o que se esperava. O Dragão saiu na frente, com Thiago Feltri, mas a Raposa empatou ainda no primeiro tempo, com Farías. Na segunda etapa, porém, Felipe colocou os goianos novamente em vantagem, mas Anselmo Ramon, duas vezes, garantiu os três pontos ao time mineiro.



Foi a primeira vitória do Cruzeiro sob o comando do técnico Vágner Mancini. Além disso, foi o primeiro triunfo no segundo turno. A equipe celeste vinha de 11 partidas sem conseguir um resultado positivo. O Atlético-GO, muito bem organizado pelo técnico Hélio dos Anjos, foi um adversário brioso e perigoso, mas não conseguiu evitar a derrota.
O pequeno público, de apenas 5.595 pagantes, que enfrentou a chuva torrencial, deixou a Arena do Jacaré satisfeito. Os torcedores celestes foram para casa após testemunharem um golaço de Anselmo Ramon, o terceiro do Cruzeiro, de fora da área. O chute do atacante surpreendeu o goleiro Márcio, que esperava um cruzamento.
Na próxima rodada, o Cruzeiro vai ao Rio de Janeiro, onde encara o Botafogo, às 18h (de Brasília). A partida será realizada no sábado, no estádio Engenhão. Já o Atlético-GO receberá o Internacional no domingo, às 18h, no Serra Dourada.
Muita lama e correria
O clima frio e chuvoso atrapalhou a partida de várias maneiras. No 14º jogo no estádio em outubro, o gramado apresentava vários pontos de lama. Além disso, a presença do público era pequena, já que, sob chuva, muitos torcedores desistiram de pegar a estrada de Belo Horizonte a Sete Lagoas.
Antes do início da partida, o Cruzeiro já sabia todos os resultados dos concorrentes diretos. Com a derrota do Ceará, por 1 a 0, para o Atlético-PR, a Raposa entrou em campo precisando apenas de um empate para deixar a zona de rebaixamento. Com três zagueiros, o técnico Vágner Mancini optou por Naldo, Victorino e Léo na defesa. O treinador do Dragão, Hélio dos Anjos, por sua vez, não se intimidou e manteve a linha de frente com os rápidos Vítor Júnior, Anselmo e Felipe.
Montillo, como se quisesse apagar de vez da memória o pênalti perdido contra o Corinthians, era pura raça e dividia cada jogada como se fosse um prato de comida. A disposição do argentino empolgava o torcedor nas arquibancadas. Mas a fase celeste mostrou como a situação é crítica. Aos 15 minutos, o lateral-direito Rafael Cruz tocou na bola, que desviou em Marquinhos Paraná, caiu nos pés de Felipe, que deixou Thiago Feltri, ex-jogador do rival Atlético-MG, livre para chutar duas vezes e abrir o placar para os goianos. Silêncio na Arena do Jacaré.
Após o gol, a torcida perdeu a paciência com Vitor, que não teve um bom início de partida. A cada bola tocada pelo jogador, as vaias eram ensurdecedoras. A impaciência também tomou conta de Vágner Mancini, que sacou o lateral para a entrada de Roger.
O Cruzeiro melhorou e passou a pressionar. Anselmo Ramon perdeu grande chance. Farías também levou perigo, mas Márcio fez grande defesa. Porém, na segunda oportunidade, aos 41 minutos, o argentino não desperdiçou. Recebeu livre de Anselmo Ramon e chutou rasteiro, no canto esquerdo de Márcio. Tudo igual no placar e alívio para os cruzeirenses.
Virada na raça
No intervalo, Fabrício reclamou de dores musculares na panturrilha e deixou o time para a entrada do meia Élber. O técnico Hélio dos Anjos, por sua vez, não promoveu nenhuma alteração na equipe goiana. O time da casa voltou melhor, e Farías quase virou o placar, após chute no ângulo do gol de Márcio, que fez grande defesa. Na sequência, Roger pegou rebote do escanteio e chutou rente à trave, com o goleiro já batido.
A pressão celeste era grande. Os goianos tinham dificuldades para atacar mas, esporadicamente, encontravam espaços na defesa do Cruzeiro. E foi em um cochilo da defesa celeste, aos 21 minutos, que Felipe calou a Arena do Jacaré. O atacante tocou por cima, na saída de Fábio. Foi o terceiro gol dele contra a Raposa no campeonato, já que marcou os dois na vitória no primeiro turno.
Mas o empate veio pouco depois, com Anselmo Ramon completando escanteio de Montillo, aos 25 minutos. O zagueiro Léo chegou a desviar a bola antes de chegar aos pés do atacante. O gol colocou o Cruzeiro de volta ao jogo, e a torcida voltou a empurrar o time.
Mas a noite era de Anselmo Ramon. Em um chute cruzado, de fora da área, ele soltou o grito de gol da torcida nas arquibancadas da Arena do Jacaré. O goleiro Márcio, imóvel, apenas olhou a bola morrer no fundo das redes. Festa azul em Sete Lagoas, após 11 rodadas sem vitórias do Cruzeiro. A equipe, com muita raça, se manteve fora da zona de rebaixamento.
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