Foi a primeira vitória do Cruzeiro sob o comando do técnico Vágner Mancini. Além disso, foi o primeiro triunfo no segundo turno. A equipe celeste vinha de 11 partidas sem conseguir um resultado positivo. O Atlético-GO, muito bem organizado pelo técnico Hélio dos Anjos, foi um adversário brioso e perigoso, mas não conseguiu evitar a derrota.
O pequeno público, de apenas 5.595 pagantes, que enfrentou a chuva torrencial, deixou a Arena do Jacaré satisfeito. Os torcedores celestes foram para casa após testemunharem um golaço de Anselmo Ramon, o terceiro do Cruzeiro, de fora da área. O chute do atacante surpreendeu o goleiro Márcio, que esperava um cruzamento.
Na próxima rodada, o Cruzeiro vai ao Rio de Janeiro, onde encara o Botafogo, às 18h (de Brasília). A partida será realizada no sábado, no estádio Engenhão. Já o Atlético-GO receberá o Internacional no domingo, às 18h, no Serra Dourada.
Muita lama e correria
O clima frio e chuvoso atrapalhou a partida de várias maneiras. No 14º jogo no estádio em outubro, o gramado apresentava vários pontos de lama. Além disso, a presença do público era pequena, já que, sob chuva, muitos torcedores desistiram de pegar a estrada de Belo Horizonte a Sete Lagoas.
Antes do início da partida, o Cruzeiro já sabia todos os resultados dos concorrentes diretos. Com a derrota do Ceará, por 1 a 0, para o Atlético-PR, a Raposa entrou em campo precisando apenas de um empate para deixar a zona de rebaixamento. Com três zagueiros, o técnico Vágner Mancini optou por Naldo, Victorino e Léo na defesa. O treinador do Dragão, Hélio dos Anjos, por sua vez, não se intimidou e manteve a linha de frente com os rápidos Vítor Júnior, Anselmo e Felipe.
Montillo, como se quisesse apagar de vez da memória o pênalti perdido contra o Corinthians, era pura raça e dividia cada jogada como se fosse um prato de comida. A disposição do argentino empolgava o torcedor nas arquibancadas. Mas a fase celeste mostrou como a situação é crítica. Aos 15 minutos, o lateral-direito Rafael Cruz tocou na bola, que desviou em Marquinhos Paraná, caiu nos pés de Felipe, que deixou Thiago Feltri, ex-jogador do rival Atlético-MG, livre para chutar duas vezes e abrir o placar para os goianos. Silêncio na Arena do Jacaré.
Após o gol, a torcida perdeu a paciência com Vitor, que não teve um bom início de partida. A cada bola tocada pelo jogador, as vaias eram ensurdecedoras. A impaciência também tomou conta de Vágner Mancini, que sacou o lateral para a entrada de Roger.
O Cruzeiro melhorou e passou a pressionar. Anselmo Ramon perdeu grande chance. Farías também levou perigo, mas Márcio fez grande defesa. Porém, na segunda oportunidade, aos 41 minutos, o argentino não desperdiçou. Recebeu livre de Anselmo Ramon e chutou rasteiro, no canto esquerdo de Márcio. Tudo igual no placar e alívio para os cruzeirenses.
Virada na raça
No intervalo, Fabrício reclamou de dores musculares na panturrilha e deixou o time para a entrada do meia Élber. O técnico Hélio dos Anjos, por sua vez, não promoveu nenhuma alteração na equipe goiana. O time da casa voltou melhor, e Farías quase virou o placar, após chute no ângulo do gol de Márcio, que fez grande defesa. Na sequência, Roger pegou rebote do escanteio e chutou rente à trave, com o goleiro já batido.
A pressão celeste era grande. Os goianos tinham dificuldades para atacar mas, esporadicamente, encontravam espaços na defesa do Cruzeiro. E foi em um cochilo da defesa celeste, aos 21 minutos, que Felipe calou a Arena do Jacaré. O atacante tocou por cima, na saída de Fábio. Foi o terceiro gol dele contra a Raposa no campeonato, já que marcou os dois na vitória no primeiro turno.
Mas o empate veio pouco depois, com Anselmo Ramon completando escanteio de Montillo, aos 25 minutos. O zagueiro Léo chegou a desviar a bola antes de chegar aos pés do atacante. O gol colocou o Cruzeiro de volta ao jogo, e a torcida voltou a empurrar o time.
Mas a noite era de Anselmo Ramon. Em um chute cruzado, de fora da área, ele soltou o grito de gol da torcida nas arquibancadas da Arena do Jacaré. O goleiro Márcio, imóvel, apenas olhou a bola morrer no fundo das redes. Festa azul em Sete Lagoas, após 11 rodadas sem vitórias do Cruzeiro. A equipe, com muita raça, se manteve fora da zona de rebaixamento.