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No calor da decisão


A cidade de Fortaleza ganhou um colorido diferente. O azul, uma das cores do Fortaleza Esporte Clube, maior rival do Ceará, adversário do Cruzeiro amanhã, às 17h, no Estádio Presidente Vargas, recebeu também o azul-celeste. O clima está quente em todos os sentidos. Na concentração para o duelo, nas expectativas dos torcedores e mais ainda na temperatura. O serviço de meteorologia não prevê chuva e o caldeirão cearense pode chegar a 34 graus.

Quando a delegação cruzeirense saiu ontem cedo de Belo Horizonte com destino a Fortaleza, os jogadores já sentiram que o momento era diferente. Não houve protestos no aeroporto de Confins e muito menos torcedor gritando em sinal de apoio. Havia uma certa indiferença. Quando a delegação desceu no Aeroporto Pinto Martins, houve recepção também discreta, mas um torcedor do Ceará provocou: “Podem-se preparar porque vai ser 2 a 0”.

Mais tarde, Wellington Paulista, na entrevista coletiva, falou que nunca viu os companheiros tão concentrados para uma decisão. “Não há brincadeiras. A cabeça está no Ceará”. O técnico Vágner Mancini foi seguro: “Para nós e o Ceará será uma final de Copa do Mundo. Nós queremos decidir agora. É muito sofrimento. Nem um empate pode ser comemorado. Mas, se ele ocorrer no jogo América x Atlético-PR, a gente mantém a vantagem. Não será ruim de tudo”.

Quando a bola rolar amanhã, um jogador passará por um sentimento todo especial: Marquinhos Paraná, de 34 anos. Para ele, é importante voltar ao Nordeste (nasceu no Recife) e sua ansiedade é que o Cruzeiro conquiste a primeira vitória como visitante no returno. Ele ainda tenta mostrar que pode ser muito útil. Vai jogar novamente na lateral direita.

“Fico feliz em voltar ao Nordeste, por causa do clima quente e porque a gente se lembra também da infância”, diz o jogador, que vai completar 226 jogos pelo Cruzeiro (marcou quatro gols). Ele é um dos mais confiantes. Sabe que será uma guerra, mas pelo fato de a Raposa ter um grupo experiente e, acima de tudo, compromissado, acredita que tudo que de errado aconteceu no returno ficará no passado com uma grande vitória sobre os cearenses. 

Os jogadores estão sabendo da premiação que o Ceará dará aos jogadores (R$ 2 milhões) para o time não ser rebaixado. Para eles, nenhum dinheiro vai pagar a alegria de tirar o Cruzeiro do risco de rebaixamento: “É o que mais queremos”, garantiu Wellington Paulista. Do hotel até o Bairro Pici (são 10 quilômetros de viagem), eles observaram atentamente as reações das pessoas quando o ônibus, com proteção policial, seguia a caminho do campo do Fortaleza. Quem torce para o Tricolor de Aço, apenas observou sem maiores comentários (há quem diga que 5 mil estarão no estádio torcendo pelo Cruzeiro). Mas, quando era um torcedor do Ceará, a reação vinha imediata. “Podem preparar.” Um motorista de táxi, à porta do hotel, não vacilou: “A Chibata está afinada. Vai ter coro de Chibata”.

DÚVIDAS 
Para não ser diferente, já que o mistério faz parte da delegação, Mancini disse que tem ainda três dúvidas: Leo ou Cribari na zaga; Everton ou Charles, no meio e, na frente, ao lado de Welington Paulista, Farías, Ortigoza ou Anselmo Ramon. Quando acabou de falar, um repórter cearense, chamou os jornalistas mineiros e mostrou uma gravação feita pelo técnico, quando técnico do Ceará, depois de uma das derrotas do time, deixando-o próximo à zona de rebaixamento: “Podem ficar tranqüilos. O Ceará não vai cair”. Com ele, o Ceará conquistou 27 pontos.
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