Que os dias não estão fáceis para Montillo, isso o próprio jogador admite. Dentro de campo, com o Cruzeiro, o jogador não sabe o que é comemorar uma vitória há 11 rodadas. Fora das quatro linhas, Montillo vive um drama familiar, com o filho Santino, de um ano e sete meses, internado em um hospital da Grande BH. Montillo, no entanto, faz questão de separar bem as duas situações. Segundo ele, a situação pela qual o filho passa não tira dele a concentração a partir do momento em que ele cruza os portões da Toca da Raposa II, ou ao entrar em campo.
- Eu falo que (mesmo com) o problema do meu filho, estou 100% focado aqui, e vou ajudar o Cruzeiro a sair dessa situação. Não coloco a responsabilidade pelo meu filho estar internado. Meu filho está internado por uma consequência da vida. Estou brigando, junto com minha família, para que ele saia. Meu filho está fora do futebol.
Montillo ainda comentou que na última rodada, contra o Corinthians, o pênalti que ele perdeu, quando o time era derrotado por 1 a 0, não tem nada a ver com o fato do filho estar internado. A bola para fora, segundo ele, é simples de ser explicada.
- Sou um cara que gosto de trabalhar, que gosto de fazer o que faço. Gosto de estar com meu filho também, e não o coloco como uma desculpa para perder o pênalti. Perdi o pênalti porque bati mal, e só isso.
‘Fico mal’
Focado como diz que está, Montillo garante que não se sente bem ao perceber que não consegue ajudar o time com a mesma facilidade de antes, quando a fase era melhor. Porém, consciente do que já fez pelo time, ele afirma que não fica com tantos remorsos.
- Gosto muito do Cruzeiro, e não poder ajudar, não fazer um gol, não dar uma assistência, fico mal. Chego em casa, fico pensando em um lance de pênalti, um lance do jogo... Mas ser homem é separar essas coisas e acordar mais rápido, continuar a vida. Eu não vou ficar chorando em casa, ficar me lamentando porque perdi o pênalti, porque muitas vezes eu ajudei o time também.