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Herói cruzeirense: Cerezo já garantiu a Raposa na Primeira Divisão


Décimo sexto colocado no Campeonato Brasileiro, a dois pontos do Z-4, e com apenas seis rodadas para o fim da competição. Esta é a realidade do Cruzeiro. Candidato ao título no início do campeonato, o time mineiro, que chegou a ser chamado de Barcelona das Américas no começo do ano, é uma das grandes decepções da temporada.
A Raposa, figura recorrente na ponta da tabela nas edições anteriores, classificada para as últimas quatro Taças Libertadores, campeã brasileira há oito anos, atravessa um 2011 bem atípico. No entanto, esta não é a primeira vez que o Cruzeiro, um dos cinco times que nunca foram rebaixados no Brasileirão (além da Raposa, Flamengo, Internacional, Santos e São Paulo também nunca caíram), flerta com o descenso. Em uma dessas oportunidades, o responsável pela salvação da equipe foi um grande ídolo do maior rival, o Atlético-MG: o volante Toninho Cerezo.
O ano era 1994, e o Cruzeiro, com péssima campanha, só se garantiu na série A ao vencer, de virada, o União São João, em Araras, por 3 a 2, na penúltima partida da repescagem. O autor do gol da vitória foi Toninho Cerezo, craque que fez história no Galo e que jogou aquela temporada pelo rival.
- Eu lembro que fiz o gol de cabeça e dei o passe para outro cara fazer. Ele jogava de volante também, depois foi jogar no Rio e no Atlético-MG, esteve em Portugal também. Eu me lembro do lance porque o último passe foi meu para ele. Mas isso já tem 17 anos e, com meus 56, nem lembro direito, brincou Cerezo.
O jogador a quem Cerezo se refere é Cleisson, autor do segundo gol da Raposa. Eles foram dos poucos que se salvaram na equipe comandada pelo técnico Palhinha. O primeiro gol celeste foi marcado pelo zagueiro Rogério, ex-Flamengo.
O drama
O Campeonato Brasileiro de 1994 foi disputado por 24 times. Na primeira fase, eles se dividiram em quatro grupos de seis, com jogos de ida e volta. Os quatro primeiros partiram para a segundo fase, enquanto os dois últimos participaram de uma repescagem. O Cruzeiro foi o último do grupo C, com quatro pontos em dez jogos.
- Não esperávamos um campeonato tão ruim, tanto é que, naquele ano, fomos campeões mineiros invictos. Mas depois que venderam o Ronaldo Fenômeno, o time ficou sem atacantes e aí complicou, contou Cerezo.
A repescagem ainda dava uma última esperança para o Cruzeiro salvar o ano. Os dois primeiros desta etapa seriam alçados às quartas de final da competição e voltariam à luta pelo título. Porém, o cenário da Raposa não mudou. O time mineiro somou alguns vexames, como a goleada por 5 a 1 para Remo, em pleno Mineirão, e foi o sexto entre os oito participantes da repescagem. Náutico e Remo caíram, e a diferença do time paraense para o Cruzeiro foi no número de vitórias.
O ídolo
Cerezo foi um dos maiores jogadores da história do Atlético-MG. Revelado no clube alvinegro, ele fez parte de uma geração que marcou época nos anos 1980. Pelo Cruzeiro, no entanto, a passagem foi rápida, apenas na temporada de 1994. Em Minas, no entanto, Cerezo é um atleta querido por todos. O carisma e os anos de Seleção Brasileira contribuíram para isso, mas o gol salvador daquele Brasileirão também está presente na memória de muitos cruzeirenses.
- Hoje em dia, pelos amigos que tenho em Belo Horizonte, tem um monte de cruzeirense, um monte de atleticano. De certa forma, por ser profissional, acho que os dois gostam de mim. Você tem que procurar levar isso sempre para o lado bom. Naquele momento, foi o Cruzeiro. O Cruzeiro que foi feliz com isso.
Resta saber quem do elenco atual do Cruzeiro poderá repetir Cerezo e fazer o gol que garantirá o time na Série A de 2012. Da Itália, o ex-jogador acompanha a temporada dos clubes mineiros e se mostrou surpreso com a mau desempenho. Embora acredite que Cruzeiro e Atlético-MG escapem, disse ter visto o América-MG jogar melhor que os dois anteriores.
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