A recuperação do Cruzeiro no Brasileirão se mistura, em alguns pontos, com a volta por cima do argentino Farías. Após ficar quatro meses afastado da equipe principal celeste, o atacante foi reintegrado ao elenco em meados de setembro e, nos últimos jogos, foi titular com Vágner Mancini.
Autos de gols importantes nas vitórias sobre Atlético-GO e Internacional, 'El Tecla' ajudou a Raposa em momentos difíceis e é, sem dúvidas, um exemplo a ser seguido pelos demais jogadores.
Com muita perseverança, o argentino não abaixou a cabeça mesmo na pior fase de sua trajetória, quando estava esquecido.
- O Farías é um guerreiro. Ele ficou afastado e não desistiu em momento algum. Agora, ele está nos ajudando. Quando não faz gol, recompõe na marcação, se doa ao máximo. É isso que a torcida e nós jogadores queremos – disse Marquinhos Paraná.
Mas a humildade parece ser mais uma das qualidades de Farías. Com os pés no chão, o atacante sabe que ainda está longe de ser uma unanimidade e não se vê sua história como uma referência para o grupo celeste.
- A questão não é ser um exemplo. O mais importante de tudo é que o grupo tem que estar convencido do objetivo que tem no final. Contra o Inter, demos um passo importante, mas ainda temos quatro finais – afirmou o argentino.
- Estou feliz, mais pelo grupo, pelas pessoas que me apoiaram. Creio que a única maneira de sair deste momento difícil é estarmos todos juntos – completou.
Vágner Mancini, que apostou no argentino desde o início, ressaltou o papel principal de Farías na equipe do Cruzeiro.
- A importância do Farías é grande, ele se doa em campo, tem uma entrega muito acima do normal. De certa forma, ele acaba contagiando o time inteiro. Quem paga ingresso para assistir ao jogo e vê a entrega de um atleta como ele, aplaude mesmo, se contagia - observou.
Magoado, Farías ainda não pensa no futuro
A atual boa fase de Farías com a camisa do Cruzeiro deixa no ar uma pergunta: o argentino está nos planos do clube para 2012? 'El Tecla' quase deixou a Raposa no meio desta temporada, durante o período em que esteve afastado.
Farías só não mudou de clube pois não encontrou nenhuma equipe disposta a pagar seus altos salários, que estão na casa dos R$ 200 mil mensais.
Em entrevista, o 'El Tecla' afirmou que sua atual boa forma não garante a permanência para o ano que vem. Farías diz ter se incomodado com muitas coisas ruins que aconteceram, mas, agora, só pensa em tirar o Cruzeiro da situação ruim.
- Não penso nisto agora. Existem coisas que aconteceram e eu não gostei, como ter ficado cinco meses treinando em separado, coisas que não podem acontecer. Mas hoje a situação não está mais assim - afirmou o argentino.
O atacante lembrou que ainda tem um vínculo longo com o Cruzeiro e a tendência é que ele cumpra o contrato.
- Não vou falar que essa boa fase dentro de campo pode mudar algo sobre meu futuro, afinal, tenho mais dois anos e meio de contrato aqui - finalizou.
'El Tecla' em 2011
No banco
Farías começou a temporada como reserva, entrando em poucas partidas e sem marcar muitos gols. Ele fez alguns jogos como titular no Campeonato Mineiro.
Farías começou a temporada como reserva, entrando em poucas partidas e sem marcar muitos gols. Ele fez alguns jogos como titular no Campeonato Mineiro.
Afastado
Após a final do Campeonato Mineiro, o atacante foi afastado, ainda em maio. Sua última partida foi na eliminação da Libertadores, contra o Once caldas (COL).
Após a final do Campeonato Mineiro, o atacante foi afastado, ainda em maio. Sua última partida foi na eliminação da Libertadores, contra o Once caldas (COL).
Isolado
Farías ficou quatro meses treinando sozinho, vendo seu nome ser ventilado em intensas negociações, mas seguiu seu trabalho na Toca da Raposa II.
Farías ficou quatro meses treinando sozinho, vendo seu nome ser ventilado em intensas negociações, mas seguiu seu trabalho na Toca da Raposa II.
A volta
Ainda com Emerson Ávila, o atacante foi reintegrado ao grupo principai, depois de quatro meses. As chances para jogar só vieram com Mancini e, aos poucos, ele vem correspondendo.
Ainda com Emerson Ávila, o atacante foi reintegrado ao grupo principai, depois de quatro meses. As chances para jogar só vieram com Mancini e, aos poucos, ele vem correspondendo.